Dentre os vários ensinamentos que levo comigo da experiência que tive com a Escola Aratu, o Design Thinking é um dos que mais uso. Ele nada mais é que uma metodologia que trás uma série de etapas para de resolução de problemas.
Um situação onde utilizei essa metodologia foi na semana passada quando, no meio da tarde, recebi uma demanda para o dia seguinte: fazer um vídeo de 15 segundos informando sobre a live contextual de lançamento de um novo produto. As únicas informações que eu tinha eram o texto com o conteúdo do vídeo e as cores da identidade visual do produto.
Na ânsia de agilizar as coisas, pois teria pouco tempo, acabei por começar o meu processo de design thinking na definição. Qual era o objetivo do vídeo? Informar sobre live e lançamento de um produto ainda surpresa.
Peguei essa diretriz e o contexto de que tínhamos acabado de fazer um mega promoção, onde eu montei um vídeo super impactante e cheio de pressão, do jeito que o setor comercial gosta, e passei para a ideação caminhando com as seguintes ideias:
Não é um vídeo de vendas;
É um vídeo informativo
Necessidade de dar um descanso ao público da pegada de impacto e pressão que acabamos de ter;
Parti para a prototipagem e percebi que o texto que recebi era meio longo e redundante para 15 segundos, mas preferi manter o texto como me foi entregue, para que ficasse claro que ele precisava de mudanças, e refinar após o feedback.
Esse foi o resultado:
Quando parti para o feedback a resposta não foi positiva. Ninguém gostou muito e a principal pontuação era que o vídeo não chamava muita atenção. Outra pontuação foi a respeito do texto, que eu já havia percebido que necessitava de mudança, mas mantive justamente para que isso ficasse claro e por que seria muito mais rápido retirar informação do que acrescentar.
Havia passado a tarde toda montando e animando aquele vídeo, então acredito que naquele momento meu olhar estava muito enviesado pelo que havia definido no processo de ideação. Então, como eu já estava com dor de cabeça e meu horário já havia acabado, resolvi deixar o pessoal trabalhando na modelação do texto e fui descansar. Foi a melhor coisa que eu fiz. No dia seguinte, já descansada e descontaminada do projeto consegui olhar todo o processo de fora e perceber onde a coisa não tinha funcionado muito bem.
Para começar eu pulei a etapa de empatia. Eu não conversei o suficiente sobre a proposta do vídeo para entender as necessidades e desejos do cliente. Eles queriam algo que chamasse atenção. Apesar de ser sim um vídeo informativo, tinha que ser algo que engajasse o público para participar da live e por isso precisava chamar atenção.
Pessoalmente falando eu gostei do resultado do vídeo. Tirando o texto, a única coisa que eu achei que não casou em nada foi a trilha sonora que escolhi. Eu queria dar ar de últimas notícias (break news), um toque de noticiário com suspense. Só que no final das contas não casou muito bem com identidade que criei. Tirando isso, eu acho que bateu bem com a minha ideia de algo mais leve, informativo, com todas as informações essenciais e baseado nas cores da identidade visual do produto. Só que a minha ideia não era a ideia do cliente.
Pra mim essa foi um situação clara que de um design thinking incompleto. A questão do tempo de entrega aqui pesou bastante para esse fato, mas gerou uma ótima oportunidade relembrar essa metodologia e perceber a importância de cada fase.
No final das contas, reformulei a identidade do vídeo e coloquei uma trilha que casava mais para que tivesse maior impacto. Esse foi um processo mais rápido que a do dia anterior, por que tive apenas que reformular alguns pontos e não que reiniciar o processo de design thinking do zero. E a melhor parte é a de conseguir transformar falhas em aprendizados.
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